"E que a minha loucura seja perdoada, porque metade de mim é amor e a outra metade também!"
Oswaldo Montenegro

sábado, 16 de outubro de 2010

Scorpiano por natureza

É o sangue na boca, dente na carne.
Saliva acumulada no teu corpo,
a língua sentindo o teu contorno,
minha sina, teu dolo, nossa arte!

Furto-te o fôlego quando arde,
agarra-me, com toda a força, o torso
dilacera-me um ferimento morno
de marcas púrpuras vistas mais tarde

Morde-se a carne: somos indecentes.
Mas prefiro a palavra apaixonados,
nossa natureza, por pior que seja.

Amor, quando profunda-mente beija,
sentimo-nos um no outro, encarnados,
principalmente quando crava-me os dentes!

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Perfeição

Feliz, quando não bastar ser contente,
Amante, não bastando ser amigo,
Humilde, não bastando o próprio umbigo,
Livre, quando não bastar a corrente,

Fruto, quando não bastar ter semente,
Desvio, não bastando a trilha que sigo,
Pão, quando não bastar somente o trigo,
Risadas, não bastando sorridente.

Razão quando não bastar emoção,
Emoção quando não bastar a lógica,
Verdade, não bastando ser hipócrita,

Paz, quando não bastar viver em guerra
e não bastando a vida que me erra:
Poeta, se não bastar-me a perfeição!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Scorpio Casual

Com um mais que belo sorriso falso,
A história muda um pouco de curso
É nas tuas veias que eu sinto pulso
É nos teus sapatos que meus pés calço.

É no teu riso que a verdade eu faço,
É o teu simples que me faz confuso,
É o teu brilho que me deixa no escuro,
no teu relógio que meu tempo passo.

E é na tua pele que meu beijo arde,
E é na tua língua que verso o beijo,
E é no teu corpo que guardo desejo,

E tantas coisas que a mim não cabe.
Você, mais que todo mundo, sabe:
Sou de ti, mas de ti não faço parte!

domingo, 8 de agosto de 2010

Romantismo Inocente

E me fala novamente, poesia
Quando cala muito tempo agonia
Quando pulsa no sangue sinfonia
Se me larga ressaca: maresia

Ah! Saudade de amar em demasia!
dos tempos que não tive companhia,
De chamar de meu amor pela mania
As cartas de amor que eu não fazia.

Mas os novos tempos esclarecidos,
Levam-nos com o vento o otimismo,
Nem temos espaço pra ter saudade!

Mas, como um bom teimoso, ainda cismo,
Momentos que não tive, é verdade...
Mas que não foram jamais esquecidos!

sábado, 19 de junho de 2010

Carinhos

Tão bom fazer carinhos nesta página!
Uma carícia para as doces mãos,
A escrita de pensamentos vãos,
Minha vã filosofia pós-socrática.

Tão bom... rabiscos da paixão fanática,
Loucuras de amor que atacam os sãos,
Insistência da paquera e os nãos
Teatro, dança, cinema, poesia e música.

Tão bom, tudo tão bom e tão animado
E às vezes triste, tudo é um pouco válido,
Viver sozinho, viver sendo amado.

Mas é preciso antes carinhos cálidos,
Pra viver é preciso da arte prática.
Tão bom! A vida com arte é mágica!

Novos Mares

Nem sei direito o que me aconteceu.
Mas agora, dentro de mim, mudança!
E novos caminhos minha alma alcança,
Um presente que o destino me deu.

Noite dessas ela me apareceu,
Conversamos tanto! teatro, dança,
música... conversar sempre me encanta!
Mais ainda as palavras que ela cedeu.

Eu tinha saido de uma tormenta,
E estava parado, meio que a deriva...
Frases dela que rumaram-me a vida.

Agora, meu coração não contenta!
Não sabia que ela era poetisa,
Belíssimas palavras de Maysa!

AT 108

Minha poesia de sala de aula.
É quando me encontro no meio do nada,
É quando risco a palavra falada,
É quando me perco no meio da sala.

Não importa o que o burocrata fala,
Só importa agora a plavra amada,
Cada gota de tinta derramada
é a gota de agonia que se cala

Não sei porque escrevo nessa hora
Oferta de caneta e caderno?
Eu sempre me consagro no soneto...

Minha poesia de sala de aula.
Esse momento eterno em que me meto
Minha alma, em folias, comemora!

Revoluções

Palavras... no meio da minha mão...
No coração, um caos delas impera.
Sutilmente, a alegria supera
os últimos tempos de depressão.

Bruma otimista, brisa de emoção.
Penso que vale a pena sim a espera
por dias melhores, por dias de vera,
Dias de palavras escritas na mão.

Penso que a vida é ciclos, momentos...
Às vezes, mais de um ao mesmo tempo.
Às vezes, há, também, uma melhora.

Não sei onde vou a partir de agora,
Guardarei pouco de tudo que lembro...
E vou navegar pelos novos ventos.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Tempo...

Sou hoje só poesia e pensamento.
Pensamentos em toda vaga hora,
Vagando sãos entre poesia, prosa
e paixão, meu Deus, todo sentimento.

E só poesia em cada vão momento:
nos tempos passados, tempos de agora,
em cada segundo... a alma comemora;
todas alegrias, todo sofrimento!

Sou hoje só poesia e pensamento.
Sou meus dedos longos sobre o papel,
Sou as núvens riscando poemas no céu

Sou a poeira carregada pelo vento,
Sou a brisa salgada da maresia
Hoje, sou só pensamento e poesia!

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Ciclos...

Tenho estado longe da minha escrita.
Tenho estado longe de mim também...
Na verdade, meio que me fiz refém,
E, por inteiro, é algo que me irrita!

Mas bem que há um sentimento que grita.
E pulsa, e bate, e cala, invade e vem,
Serenisa e poetisa, poesia alguém?
E me mata. Por fim, me ressuscita!

Vinte e poucos anos... Tão calado!
Morro e renasço três vezes por dia.
Sempre sozinho, sempre em agonia.

E pulsa, e bate e cala, invade e vem
Ressuscita-me. Mata-me também...
Morro. Mas renasço: apaixonado!

sábado, 13 de março de 2010

Olhares nos Caminhos

Eu ando meio distraído, é verdade.
Colhendo agora os frutos que plantei,
plantar mais é a minha maior vontade!
Agora, mais que nunca, nada sei.

E eu respiro com mais profundidade.
E com mais calma que quando semeei.
E agora busco em mim qualidade.
Frutos que no futuro viverei!

Ah! Caminhos das veredas da vida,
Olhava os pés para não tropeçar,
Pedia por mãos para me levantar.

Agora sei que não é uma corrida.
E sempre há chance de recomeçar.
É a vida! É um canto, é cantar!


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Eu acho que estou começando a entender a paciência;
Nah! Doce ilusão de um Poeta muito otimista :p

À Minha Solidão.

Eis que cumprimento a solidão,
Que todos os dias, fica comigo,
E já esteve uma vez contigo,
Deixando nosso coração em vão.

Nesse sofrimento muitos estão.
Procurando o que eu não consigo,
Assim, então, para nada eu ligo,
Logo que não acho uma solução.

A procura, ela é a questão
Quero alguém para ficar comigo
Para ser um grandíssimo amigo

E um amor para o meu coração
Para me livrar dela, pois se não,
Continuarei nessa solidão.


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Esse é dos antigos tempos de ensino médio!

A Janela.



Aqui, sentado, olho para a janela.
Sem o calor no corpo, Felicidade.
Tristeza, e já com essa idade.
Olhando para a janela, bela.

Grande, e eu aqui, na minha cela.
Que falta farei na minha cidade?
Com falta da minha serenidade
Fico olhando a bela janela.

E olho novamente para a tela.
Medo, temor, sono: Que estranha tríade.
Que falta para pular? Minha sede?

Olho para o chão embaixo dela
Ainda não é o dia de eu morrer
Há muitos sorrisos para eu ver.

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Esse é dos antigos tempos de ensino médio!

A Infância

Tinha você, uma antiga infância;
Daí não entendo, joga-a fora?
Como pode? Algo batalhado outrora,
Ser tratado sem vista redundância?

Cadê a criança, que de brincar cansa?
Nas tuas das casas onde se mora,
Estão, então, na televisão agora.
E ao mundo adulto ela se lança.

Agora é, sem alguma discrepância,
A imitação do que na TV estoura,
E a criança agora é outra.

Aonde foi parar a antiga infância?
Num buraco onde hoje é a vergonha?
No qual a criança todo dia sonha.



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Esse é dos antigos tempos de ensino médio!

A ignorância.

Não importará a tua ignorância.
Os que do “saber” fazem alta produção,
Aqueles, que não dizem nada em vão,
Saberão, da tua deficiência.

Não importará, a tua arrogância,
De bater no peito e dizer “não!”
Ao que é útil para nós. Então,
Chegará um fim para a sua demência.

Arrependimento não é clemência.
Fizeste a tua escolha, então,
Sofrerá as conseqüências que virão.

Se arrependerá da tua ignorância.
Que hoje, tu, esfrega na minha cara.
Mas, p´ra tua vida sairá cara.


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Esse é dos antigos tempos de ensino médio!

A Família.

Fosse a família a base do Brasil.
É a base de toda a sociedade.
Nunca fora vista a falsidade
Da típica família cruel e vil.

Oligarquias: poder no Brasil.
Que foi herdada para a mocidade
Da monarquia de muita idade
Que roubava como nunca se viu.

Foi num dia do mês de abril,
Que, para nossa infelicidade,
Continuamos nesse jeito árcade.

Para ver que o político riu.
Porque ele não sabia de nada
E o Brasil? Virou uma piada.


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Esse é dos antigos tempos de ensino médio!

A falta dela.

E quando a inspiração não vem?
O que um bom poeta pode fazer?
Largar lápis e papel e ir ler?
Qual é o truque que os poetas têm?

Não sei, realmente, o que mais me convém,
Usar rimas pobres que eu possa ter
Para um soneto pobre escrever.
Posso parar de escrever também...

E quando a “inspiração” não vem?
Ficarei aqui e voltarei a temer?
Porque, simplesmente não sei viver!!!

E quando inspiração não se tem
Coitado de quem: dar se um jeitinho
Para que se arrume uns versinhos.


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Esse é dos antigos tempos de ensino médio

Você.

Como, um dia direi eu para você?
Que tu és única plena e rara...
Dos teus olhos? Vem luz branca e clara
O futuro? Ainda tens que vencer.

Beleza que está oculta e crua
Muita sorte tem quem teus cachos vêem.
Felizes os que tua amizade tem
Realizado o que te vê lá da rua.

Tu és sem nenhuma sombra de dúvida
Uma das Últimas garotas pura:
Que ainda faz o mundo ter cura

Posso dizer por uma longa vida
Versos, que você venha a merecer.
E não terei acabado de dizer.


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Esse é dos antigos tempos de ensino médio!

Serenata de Verão

Foi a forma mais sutil do meu violão.
Minha voz tentou fazer-se mais doce.
E o cheiro bom que aquela brisa trouxe,
me deixou carregado de emoção!

E ouvia, baixinho, meu coração,
e curtia o carinho que era a sua pose.
Eu queria que tudo eterno fosse,
naquela serenata de verão...

Eu nunca tive noite como aquela,
Nunca toquei violão daquele jeito
Nem instrumento foi meu coração.

Havia algo a mais: Carinho e beijo
Havia algo a mais: Entre mim e o violão,
Junto ao meu coração, estava Ela!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Criatividade

Cada coisa curiosa na vida!
Achei, de repente, uma garota...
E nossa conversa é bem divertida
Que um olhar diferente em mim brota.

Porém, todavia, em contra partida,
Não sei se, como eu, ela me nota.
Me parecia que sim, que coisa linda!
mas me iludo muito, sou meio idiota...

Resolvi questioná-la sobre mim.
Descobri, de súbito, que era tímida...
Nem pergunta fiz: que coisa ridícula!

Pergunto-lhe então, Jade, em soneto,
Vês algo em mim além de um bom amigo?
Vou além dos outros cem mil garotos?


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Jade poderia me responder em um comentário....